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sábado, 19 de junho de 2010

Por falar em Jabulani...

Em meio a toda essa polêmica sobre a Jabulani, a bola da Copa, me veio à memória algo que li recentemente em America's Game, uma obra magnífica (e enorme) do jornalista americano Michael MacCambridge sobre a história do futebol americano.

No final dos anos 60, quando NFL e AFL decidiram unificar o título de campeão das duas ligas, criando assim o Super Bowl, surgiu uma polêmica: que bola seria usada no grande jogo?

Afinal, a AFL usava a Spalding JV5, enquanto a NFL tinha como padrão a Wilson "The Duke"

A solução adotada para aquele jogo em 15 de janeiro de 1967 foi salomônica. Quando Bart Starr, QB dos Packers (NFL) recebesse seus snaps, a bola do jogo seria Wilson. Quando Len Dawson, QB dos Chiefs (AFL) fosse para seus drives, entrava em jogo a Spalding.

Uma coisa que não achei em nenhuma fonte era a diferença entre elas (além do visual, como vocês podem ver nas fotos). 

Vince Lombardi, técnico dos Packers, disse após o jogo, ao receber a Wilson de presente: "Estou feliz, esta bola é mais fácil de receber e de chutar que a da AFL." Mas tudo indica que isso tenha sido um modo de ironizar a ineficiência dos Chiefs, e não uma análise técnica sobre a bola.

Se alguém souber, explique!


PS: Ah, o placar foi KC 10 X 35 GB - Packers campeão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O que eu mudaria nas regras do "soccer"

Em clima de Copa do Mundo, os leitores deste blog hão de me permitir fugir um pouco do nosso tema e falar de futebol da bola redonda (ou soccer, como chamamos aqui... risos).

Eu, Mancha, tenho gerado alguma polêmica (e até ódio!) ao criticar acidamente no Twitter a situação atual do futebol.

Minha opinião é que o esporte bretão está se tornando cada vez mais chato – e os números atestam isso. Nunca uma Copa do Mundo teve média de gols tão baixa. E não se trata de uma exceção. O número de gols vem caindo década a década.

Para se ter ideia, em 1958, a média foi de mais de 5 gols por jogo. Hoje, está em 1,5...

A grande maioria das pessoas culpa os técnicos, os jogadores, os dirigentes, o azar... Até para a coitada da bola, a Jabulani, sobrou desta vez!

Eu acho que essa é uma visão curta do problema. Quem tenta ver a coisa de um ponto de vista histórico percebe que a crise também está no esporte em si, nas suas regras e conceitos, e não apenas nas pessoas ou “na bola”.

Como assim? Explico: as regras usadas no futebol hoje são quase as mesmas de 100 anos atrás, quando ele começava a se popularizar. Muito pouco mudou: coisas como a proibição de recuar a bola ao goleiro ou a introdução dos cartões amarelo e vermelho (vale lembrar que já existia expulsão mesmo antes deles). De resto, só detalhes, como número de substituições ou interpretação de regras.

Acontece que nesses 100 anos, todo o resto mudou! O condicionamento físico dos jogadores é absurdamente maior do que antigamente, quando nem sequer eram profissionais (até a década de 1940, muitos “atletas” tinham outras profissões). E, como diz o ditado, destruir é bem mais fácil que construir. A melhora do condicionamento físico, ao meu ver ( e na opinião de muitos outros) ajudou mais aos defensores do que aos atacantes.

As táticas também evoluíram. Quando as regras do futebol foram estabelecidas, a preocupação em se defender era muitíssimo menor. Numa era em que havia muito menos pressão sobre técnicos e jogadores (lembrem-se: o futebol não tinha a importância de hoje), todo mundo só queria saber de atacar. Ora, as regras foram feitas nesse contexto. É natural que não tenham se preocupado em inibir o excesso de jogo defensivo, a retranca etc..

O problema todo é que a entidade que cuida das regras do futebol, a International Football Association Board – ou só Board, como costumam dizer os brasileiros – é uma confraria de velhinhos ultraconservadores que preferem morrer na forca a arriscar uma mudança.

E o mundo se acostumou com essa imobilidade, sem perceber que a maioria dos outros esportes, sobretudo basquete, vôlei e futsal, volta e meia mudam alguma regra para favorecer o jogo bonito, a disputa, o espetáculo.

O exemplo máximo dessa saudável flexibilidade está nos Estados Unidos, onde NCAA e NFL nunca hesitam em alterar regras se isso lhes parecer favorável. Essas entidades "corrigem" o rumo das regras conforme o esporte evolui.

É com esse espírito que eu faço minha quixotesca campanha para a mudança de regras do futebol “soccer”.

Algumas sugestões (não necessariamente para serem adotadas todas ou ao mesmo tempo):

1) Introdução de pedidos de tempo
É absolutamente ridículo o técnico ter que ficar se esgoelando na lateral do campo para dar uma instrução ao time. O cara treina o time a semana toda e, no momento mais importante, é impedido de ter uma comunicação decente com seus jogadores? Vejam que não estou sozinho nessa: nos anos 90, a Federação Paulista introduziu o pedido tempo. A parada, se solicitada por algum dos técnicos ocorria aos 22 minutos de cada tempo de jogo. Todos aprovaram. Menos a Board e a Fifa, que mandaram acabar com a brincadeira....

2) Impedimento só da intermediária para frente
A regra do impedimento foi criada numa época em que o condicionamento físico dos jogadores era bem inferior. Ela não reflete a realidade atual e tornou o jogo chato. Acabar de vez seria ruim, pois liberaria a “banheira” e diminuiria a importância dos meiocampistas. Mas se fosse traçada uma linha bem no meio da intermediária e o impedimento valesse só dali para a frente, o jogo se abriria, ganharia dinamismo e mais gols.

3) A bola não pode ser recuada para o próprio campo
Acho que nem preciso explicar isso. Alguém seria contra?

4) Limite de faltas coletivas
Assim como no basquete, sempre que um time cometer um certo número de faltas coletivas num tempo de jogo (5 faltas, por exemplo), todas as demais serão cobradas pelo adversário na meia-lua. Isso reprime o jogo feio, a violência e cria mais situações de gol.

5) Limite de faltas individuais
Sempre que um jogador levar cartão amarelo ou cometer sua 3ª falta, ele é obrigado a ficar 10 minutos fora. Isso estimularia o jogo técnico e faria a partida fluir mais. Além de mudara a dinâmica, como ocorre no power play do hóquei, por exemplo.

6) Fim do privilégio do goleiro em disputas de bola na pequena área
Pois é, o goleiro já pode usar as mãos. Precisa de mais regalias? Eu acho que não.

7) Limitar a barreira a 4 jogadores
Essa seria mais uma forma de criar situações de gol. Se você acha injusto, lembre-se que os goleiros evoluíram muito nos últimos 50 anos e que cada vez menos vemos gols de falta.


8) Mais substituições, com volta possível
Outra coisa que me incomoda é aquela história de um time (ou seleção) ter um baita jogador no banco e não poder usar. O aumento do número de substituições, com a permissão de volta do jogador que saiu, dinamizaria o jogo e acabaria com essa história de o cansaço fazer os times se conformarem com o placar. Jogo bonito e disputado até o fim. Quem tem o melhor elenco leva vantagem e pronto. Justo.

9) Juízes de cabine (tecnologia de videotape)
Rugby, tênis, futebol americano... Esses e muitos outros usam. Por que o futebol não pode? Os irlandeses agradeceriam.


10) Empates em 0 X 0 ou 1 X 1 não valem pontos
Pra mim (e pra boa parte do mundo), empate é algo muito chato. Zero a zero então... é um estelionato contra quem pagou ingresso. Esses resultados não deveriam valer pontos.


11) 3 gols de diferença significa ponto de bonificação e de punição
Essa regra é polêmica – e até já existiu, nos anos 70, no Brasil. Se um time ganhar por 3 ou mais gols de diferença, faria 4 pontos e não 3, como é hoje. O motivo é simples: alguém acha justo um jogo feio, que termina em 1X0 garantir a mesma pontuação que um 5x0? Eu não acho. E isso certamente incentivaria o jogo ofensivo, mesmo quando o time já está vencendo. Por outro lado, para evitar que um time perdendo por 3 gols “desistisse” do jogo, poderia haver a contrapartida: perda de 1 ponto na tabela para quem levasse a goleada (ok, algumas equipes pareceriam o boletim escolar do Sílvio Santos Júnior: um monte de pontos negativos! Risos...)

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Há outras regras e sugestões. Mas por enquanto, ficamos por aqui...

Podem comentar (e xingar! risos...)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Jabulani X Wilson!

A notícia abaixo serve pra todo mundo ver
como é difícil ser wide-receiver...



sábado, 12 de junho de 2010

Imagem do dia na Copa do Mundo 2010

Green (goleiro ING) X Dempsey (atacante -EUA)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Os Jets AMAM Justin Bieber e Jonas Brothers

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Para descontrair nesta quarta-feira fria...

 COMPETIÇÃO
Se você não pode vencê-los, desamarre a chuteira deles.

domingo, 6 de junho de 2010

Já ouviu falar do Corinthians de Staten Island?

Recebi esta semana a edição de junho do Coffin Corner, o boletim impresso da Professional Football Researchers Association (PFRA), uma associação de jornalistas, técnicos e fãs que gostam de fuçar nos primórdios (e também na história recente) do futebol americano.

Achei um artigo curioso. O jornalista Mel Smith fez uma pesquisa no “very beginning” do nosso tão amado esporte. Ou seja, no final do século 19. Veja algumas das descobertas:

Todos jogavam de tudo
Na década de 1880, era comum os atletas de universidades e clubes desportivos praticarem os “três futebóis”:

• O da bola redonda tinha o nome oficial de Association Football, mas era chamado popularmente de "kicking game" (“jogo de chutar”).
• O da bola oval veio da Inglaterra com o nome “Rugby Union Football” (aliás, até hoje esse é o nome do rugby), mas os americanos diziam somente "carrying game" (“jogo de carregar”).
• Finalmente, o novo esporte, que nada mais era senão o rugby com downs...

O primeiro nome do futebol americano
O “rugby com downs”, uma invenção de Walter Camp, passou a ser chamado de “American Colegiate Game” em 1882.

O segundo nome...
Em 1886, o novo esporte ganhou a alcunha de “American Rugby Football”. E foi assim por quase 20 anos!

O terceiro nome!
Só no começo do Século 20 é que os americanos suprimiram de vez a palavra “Rugby” e passaram a designa-lo apenas como “American Football(na foto, um jogo de 1902 entre as universidades de Michigan e Minnesota).

Mais de 200 clubes!
Entre 1880 e 1900, surgiram nada menos que 248 times de futebol americano em clubes desportivos – sem contar as universidades.

Clube de Regatas... de futebol americano!
Assim como ocorreu no Brasil com Vasco, Flamengo, Tietê e outros, muitos clubes tinham origem em outros esportes, sobretudo o remo, a vela e o cricket.
Alguns deles: Brooklyn Nautilus Boat Club, Harrisburgh Cricket, Bradford Boat Club

Nomes que você nunca imaginou
Algumas equipes tinham nomes que hoje soam curiosos:
Boston Gentlemen (“Cavalheiros de Boston”),
Manhattan Amateurs (“Amadores de Manhattan”),
Brooklyn Clintons (será que as cheerleaders eram as bisavós da Mônica Lewinsky?),
South Worcester Englishmen (“Os ingleses de South Worcester”)

• E, finalmente, o Corinthians! Sim, havia o Staten Island Corinthians, que surgiu em 1889 e jogava no estado de Nova York. Mas o forte do clube era o baseball, com o astro Tuck Turner (na foto).

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O que os jogadores e técnicos falam num Super Bowl?

Descobri este vídeo da NFL Films, acreditem, na lista de entretenimento da classe executiva de um voo da companhia holandesa KLM (bizarro!).

É um trabalho sensacional da NFL Films. Mais adiante, pretendo fazer um post sobre essa subdivisão da NFL, dirigida pelo genial Steve Sabol - o Spielberg dos esportes.

Quanto à cenas abaixo, as imagens - e sons! - falam tudo.

Notem o Sean Payton avisando os juízes que em algum momento do jogo faria um onside kick "surpresa"...