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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Super Bowl Media Day – parte 1

Estou em Miami (Fort lauderdale, na verdade) e começo esclarecendo que não vou ficar aqui até o Super Bowl. Faço a matéria nesta terça, no Media Day (entrevista coletiva de Saints e Colts) e volto a São Paulo na quinta. Não houve como o BandSports viabilizar a cobertura e a transmissão do jogo direto de Miami este ano – vocês não têm ideia da fortuna que custa isso. Mas ano que vem... Bom, vamos guardar as surpresas.

Eu não estou nem um pouco triste de ter que voltar antes do Super Bowl. Não era nem para eu estar aqui cobrindo o Media Day. Isto é um “dream come true”. Num lance de muita sorte, fui escalado pela editora de revistas onde trabalho para fazer uma matéria em Nova York. Bastou Adiar um dia a volta e dar um pulinho em Miami para ao menos sentir o clima do Super Bowl, ver e falar de perto com jogadores, técnicos e jornalistas.

E assim foi. Após quatro dias de reportagem em uma congelante Nova York, para a revista Próxima Viagem, peguei um voo em La Guardia, entrei em “football mode on” e cheguei  às  15h40 desta segunda no aeroporto de Fort Lauderdale, na chuvosa Flórida.

Nem bem desci do avião, já dei de cara com faixas e cartazes do Super Bowl para todos os lados. Vocês devem estar perguntando: “Fort Lauderdale? O Super Bowl não é em Miami?” Bem, coisas de Estados Unidos:  o estádio fica em Miami Gardens, um subúrbio de Miami que está muito mais próximo ao aeroporto e à zona hoteleira de Fort Lauderdale do que da própria Miami. Por isso, tudo está aqui em FLL: o centro de imprensa, os hotéis onde Colts e Saints se hospedaram, centro de treinamento...

Chove muito (me lembrou até SP...) e faz até um certo calor aqui na região de Miami, pelo menos se comparado aos 13 graus negativos que peguei em Nova York anteontem. Voei pegar minhas credenciais no Centro de Imprensa, pois sabia que às 18h haveria uma coletiva dos Colts no hotel onde estão, o Marriot Beach. O Saints havia feito o mesmo um pouco mais cedo, enquanto eu ainda estava em voo.



Fiquei impressionado com a quantidade de faixas, cartazes e referências ao Super Bowl. Até lanchonetes exibem suas promoções “Super Bowl Special Breakfast” e coisas do tipo. O Centro de Imprensa fica no Centro de Convenções de Fort Lauderdale e é enorme, com áreas paras TVs, rádios, revistas e jornais. Muito legal entrar lá e dar de cara com Marshall Faulk e outras figurinhas carimbadas que trocaram os campos pelas câmeras. Aliás, tenho o tempo todo que ficar me policiando e não sair do papel de jornalista, coisa difícil pra quem, acima de tudo, é um amante desse esporte.

Num dos ônibus que transporta o pessoal entre o Centro de Imprensa e os hoteis, conheci duas figuras. A primeira foi Mike, um grandalhão que cobre futebol americano para o Pentágono e para a Armed Forces Network (AFN) a emissora que mostra os jogos aos soldados americanos espalhados pelo mundo. O cara disse que pretende passar lua-de-mel no Brasil, mas não sabe onde exatamente. Eu resolvi o problema dele: fale de Natal, da base aérea de Parnamirim (a maior base americana fora do seu próprio território durante a Segunda Guerra Mundial) etc. etc. etc..  Se nçao se convenceu, ao menos ficou muito surpreso, inclusive quando eu disse que ele veria a galera jogando football na praia...

Também conheci outra figuraça: Mia, apresentadora de um programa na WFAN, a rádio de esportes mais famosa de Nova York. Percebendo minha total “virgindade” em coberturas de Super Bowl, ela parou tudo o que estava fazendo para me dar um monte de dicas. Aliás, assim como ela, outra americana – esta da organização - veio me ajudar espontaneamente quando eu estava perdido tentando entender o roteiro dos transportes entre o Centro de Imprensa e os hotéis dos times. Chegou perguntando em português: “Você é brasileiro, né? Pera aí que vou te levar ao ponto de embarque” Pois é, nem todo americano é xenófobo ou olha só para o próprio umbigo.

Tá, mas e o football? E o Super Bowl? Bem, cheguei ao Marriot Beach às 18h01 – e, claro, a entrevista dos Colts já havia começado, pontualmente. Jim Caldwell falava num grande auditório, enquanto num salão adjacente, davam entevistas a pequenos grupos de jornalistas o CB Kelvin Hayden, o DT Daniel Muir, o RB Joseph Addai, o LB Gary Brackett e o OT Rian Diem. Todos eles impecavelmente trajados com paletó e gravata – exceto por Joseph Adday, que lançou nova moda: camiseta surrada, calção e... meia social preta com sapatos! Vai entender...

Assisti boa parte da entrevista de Jim Caldwell, que é um cara muito comedido e, por isso, até um pouco desinteressante. Ele nitidamente “escondeu o leite” e enrolou nas perguntas mais capciosas, como o que será do pass rush sem Dwight Freeney ou como a chuva (sim, tá chovendo muito!) pode mudar o game plan do time.

No salão, alguns jogadores também eram bem “vaselina”, como Kelvin Hayden e mesmo o Joseph Addai. Respostas bem óbvias e muito cuidado pra não entregar o ouro nas perguntas específicas. Em certo momento, um jornalista questionou a Addai se ele preferia jogadas pelo meio da DL dos Saints ou se seria mais fácil fazer o sweep. Addai começou a falar e, de repente, travou. Parou e concluiu com uma obviedade: “hmmm it’s gonna be tough anyway.”

Já o Rian Diem soltou o verbo. Perguntei se a chuva torrencial atrapalhava de alguma forma os eventuais ajustes que a OL dos Colts tivesse que fazer em treinos esta semana visando deter a defesa dos Saints. Ele respondeu bem metidão: “Não precisamos ajustar mais nada, nossa linha já sabe tudo o que deve fazer...” 
Uma resposta curiosa veio quando pedi que comparasse os métodos de treinamento de Jim Caldwell e Tony Dungy. Ele soltou que Caldwell é um “Power Point freak”. Dungy falava e conversava muito, já Caldwell tem uma apresentação de Power Point para qualquer coisa que queira mostrar ou dizer ao time. Não há um dia que o time não se reúna para as “aulas” com o professor Caldwell...

Por falar nele, depois de sua entrevista, quem ocupou o auditório foi, claro, Peyton Manning. Muito bem humorado, fez a platéia de jornalistas rir quando disse que vir ao Pro Bowl (ele foi obrigado ela NFL a comparecer ao estpadio domingo passado) foi bacana porque “a comida no voo estava boa, encontrei meia dúzia de amigos e ganhei 45 mil dólares para não fazer nada...”

Quando falou sério, disse coisas bem interessantes. Sobre a no huddle offense, fez questão de dizer que ela funciona nos Colts não graças a qualquer tipo de “genialidade” dele próprio, mas sim porque o huddle acontece, na prática, na sideline, quando a defesa está em campo. Ele passa o tempo todo conversando como Wayne, Garçon, Clark e Adday, pedindo sugestões. E foi muito direto ao dizer: “E eu não aceito que eles me respondam com algo óbvio como: ‘estou desmarcado’ ou ‘quero mais a bola’. Eu quero que me digam que fragilidades estão sentindo nos DBs adversários, que rotas podem ser mais efetivas, onde estão precisando de um bloqueio melhor...” Ou seja, Peyton Manning não apenas é um gênio como também inspira e estimula a genialidade nos seus companheiros durante o jogo.

Bom, tem muito mais. Mas agora preciso me preparar para o grande dia da coletiva no estádio, com câmera e tudo. Wish me luck, guys!

2 Comentários:

Às 2 de fevereiro de 2010 às 11:36 , Blogger Daniel disse...

Excelente entrevista.

Parabéns e boa sorte para o grande dia.

Abs.

Daniel

 
Às 2 de fevereiro de 2010 às 12:21 , Blogger Unknown disse...

Matéria sensacional, principalmente esses comentário de P.Manning no final. Uma ótima leitura numa tarde pacata de trabalho. Grande abraço

 

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